[Cobertura] Johnny Hooker no Teatro Luiz Mendonça

(Por Marco Vieira)

Uma espécie de vídeo-ensaio serviu de prólogo para a antecipada estreia da turnê do primeiro CD da carreira solo de Johnny Hooker. Numa decisão ousada, antes de entrar em cena, o cantor e compositor arriscou os versos de um clássico absoluto de Maria Bethânia, ‘’Maldição’’, despertando os ânimos de um público já ansioso. O primeiro bloco de 3 músicas trouxe dezenas de pessoas para perto do palco e colocou o restante de pé de suas poltronas no Teatro Luiz Mendonça. A composição gestual e cênica da maior parte das canções resultou marcante e implorava por fotos que as registrassem. Ao ficar de joelhos se desfazendo em súplicas por uma ‘’Segunda Chance’’, o artista passava longe do clichê que esse recurso pode representar. Ao trocar de figurino, havia ali também uma mudança de atitude de palco, consolidando a impressão de que tudo ali tinha sido pensado muito além do mero artifício. A banda de Johnny Hooker mostrou-se afinada entre si, com o seu vocalista e com as mudanças de ritmo que o setlist demandava. Teve até espaço para um número instrumental, muito aplaudido. ‘’Você ainda pensa?’’, a parte de sua temática original e letra memorável, rendeu um dos melhores e mais aguardados momentos do show. Hooker interagiu com público frequentemente, indo do bom humor a vulnerabilidade, mostrando-se  muito grato com a recepção. ‘’Volta’’ oportunamente foi colocada no bis, que terminou em clima de carnaval. 
Confira o setlist completo do show de 27/03/2015 de Johnny Hooker em Recife:
1 – Maldição (música famosa na voz de Maria Bethânia) – trecho

2 – Vou fazer uma macumba pra te amarrar, madito!

3 – Alma Sebosa

4 – Chega de Lágrimas

5 – Só pra ser teu homem

6 – Wicked Game (cover de Chris Isaak)

7 – Segunda Chance

8 – Boyzinho

9 – Amor Marginal

10 – Boato

11 – Você ainda pensa?

12 – Loca (cover de Danina Fromer)

13 – Meu amor não vá embora (cover de Pablo)

14 – Volta

15 – Bandeira Branca / É de fazer chorar (marchinhas de carnaval)

16 – Desbunde Geral

[Cobertura] Toquinho no Manhattan Café Theatro (2015)


O show de Toquinho no Manhattan Café Theatro abarcou, em seu repertório, músicas que foram resultado de parcerias com amigos proeminentes, o maior deles, Vinícius de Moraes. A temática das canções ia da delicadeza dos sentimentos amorosos e fraternais, passando pelo universo infantil até as crônicas de aspectos do cotidiano eternizadas de forma singular. Na companhia apenas do seu violão, na primeira parte do show, e mais adiante, com a cantora Maria Creuza, o compositor representava ali naquele palco intimista a responsabilidade de manter pulsando o legado de Vinícius, falecido há quase 35 anos. Outros compositores também foram lembrados. O cantor foi generoso, especialmente, ao lembrar de ‘’tanta gente que me ensinou a tocar esse violão’’, antes de um bloco instrumental com músicas de Chico Buarque, onde deixou evidente a intimidade com seu intrumento, impressionando pela desenvoltura. Contou histórias de bastidores que entretiveram o público. Os momentos mais expressivos da apresentação, onde a voltagem emocional se elevou, foi durante os coros de ‘’Que Maravilha’’, ‘’Samba em Prelúdio’’, ‘’Você Abusou’’ e a clássica ‘’Trem das Onze’’. 
Confira o setlist completo da apresentação e ouça as músicas (em versões de estúdio) no link abaixo:
http://www.deezer.com/playlist/1177014803
1 – Testamento

2 – Samba de Orly

3 – Tarde em Itapuã

4 – Que Maravilha

5 – Valsinha/Gente Humilde (Instrumental)

6 – Asa Branca (Instrumental)

7 – A Casa

8 – O Caderno

Com Maria Creuza

9 – A Felicidade

10 – Samba em Prelúdio

11 – Tomara

12 – Berimbau

13 – Samba pra Vinícius

14 – Eu sei que vou te amar

15 – Regra Três

16 – Você abusou

17 – Canto de Ossanha

18 – Trem das Onze

Kingsman: Serviço Secreto, de Matthew Vaughn


Kingsman: Serviço Secreto, produção britânica dirigida por Matthew Vaughn (Kick Ass, X-Men: Primeira Classe) tem muitas cenas de ação coreografadas impecavelmente, algumas beirando o absurdo, além de um plot sério e um outro, mirabolante, correndo em paralelo. Esse aspecto ambivalente pode ser entendido como o trunfo do filme, tirando o peso de ser comparado a sério com a fase atual da franquia 007, além de colher o prestígio de fazer um humor bastante referencial recorrendo a memória de certa parte do público e crítica, em relação aos filmes dos anos 60 centrados no icônico personagem espião.
Ao trazer o ‘novo rosto’ Taron Egerton, a produção obedece a regra tácita da indústria de, que se um orçamento caro ($81 milhões, no caso) vai investir num ator desconhecido, que ele seja talentoso e expressivo. A presença no elenco de Michael Caine e Mark Strong reforça o apelo do filme, diante da dificuldade potencial de um plot bem viajado, o de chips de celular capazes de incitar um comportamento bastante agressivo em seus usuários, numa conspiração para salvar o planeta de um modo bastante questionável. Os extremos que chamam mais a atenção é qualidade da atuação de Colin Firth e a caricatura desagradável de Samuel L. Jackson.
A principal armadilha de Kingsman é a dúvida deixada de que as suas supostas falhas podem ter sido propositais, o que pode colocar o filme sobre outras óticas, até que finalmente você se rende a ele. Ponto positivo para piadas ocasionais de referencial mais acessível, com punch lines brilhantemete executadas, e para o final pré-créditos super politicamente incorreto.